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25/04/10 00:00

Cruzeiro do Oeste faz com que Paraná suba posições na produção de laranjas do País

Uma ótima matéria da repórter Erika Zanon, publicada no caderno Folha Rural da Folha de Londrina neste sábado (24). Trata-se dos novos investimentos em áreas de cultivo e mais indústrias – nas regiões noroeste e norte – na produção de laranjas. Em Cruzeiro do Oeste, são mais 4 milhões de árvores da fruta. Fico muito orgulhoso por participar desse processo, pelo Valtinho, um parceiro e grande produtor de laranja, e por Cruzeiro do Oeste, que é mais uma vez referência nacional em projetos inovadores, geradores de emprego e renda

Uma ótima matéria da repórter Erika Zanon, publicada no caderno Folha Rural da Folha de Londrina neste sábado (24). Trata-se dos novos investimentos em áreas de cultivo e mais indústrias – nas regiões noroeste e norte – na produção de laranjas. Em Cruzeiro do Oeste, são mais 4 milhões de árvores da fruta. Fico muito orgulhoso por participar desse processo, pelo Valtinho, um parceiro e grande produtor de laranja, e por Cruzeiro do Oeste, que é mais uma vez referência nacional em projetos inovadores, geradores de emprego e renda na região.

"Dentro de 30 dias serão colhidos os primeiros frutos dos pés de laranja plantados na Fazenda Urupês, em Cruzeiro do Oeste. O pomar, que começou a ser cultivado há apenas dois anos, conta atualmente com 400 mil árvores e representa o início do projeto 'Laranja, uma visão de futuro' - da Citrospar Agroindustrial S/A - cujo objetivo é transformar a região oeste do Paraná em um dos principais polos produtores da fruta no Estado", escreve Erika.

Leia a seguir, a sequência da matéria

O projeto também visa à implantação de uma indústria de transformação da fruta dentro de cinco anos. Para isso, entretanto, além do laranjal da Fazenda Urupês e de outros 100 mil pés distribuídos em áreas de cerca de 20 produtores da região, outros 3,5 milhões de árvores da fruta deverão ser instaladas neste período. 'É um projeto ousado. Mas estamos trabalhando forte, pois é uma ideia que vai melhorar a economia da região, gerar emprego e renda a muitas famílias', afirma Valter Pereira da Rocha, presidente da Citrospar, empresa formada por nove sócios.

Segundo ele, uma segunda fazenda já foi arrendada pela Citrospar e receberá em breve cerca de 250 mil pés de laranja. Com mais essa aquisição, os investimentos no projeto já somam R$ 11 milhões. A empresa também tem feito um trabalho de atração de produtores, para alcançar o número de pés necessários para atender a demanda que uma indústria necessita, de cerca de 4 milhões de árvores. Rocha acredita que perto de 10% do volume que será utilizado pela indústria virá de produtores parceiros.

O projeto de produção e industrialização de laranja da Citrospar não caminha sozinho no segmento de citricultura do Estado. Pelo contrário, faz parte de uma onda, de matizes alaranjados, que vem dando o tom da fruticultura do Paraná e tem potencial suficiente para crescer, florescer, se fortalecer e ganhar mercados. Principalmente aqueles atendidos atualmente pelas principais regiões produtoras de suco concentrado do mundo, os Estados de São Paulo e da Flórida, nos Estados Unidos, as quais têm passado por diversos problemas, entre eles a incidência de pragas e doenças, como o greening.

Além dos pomares e de três indústrias transformadoras da fruta já existentes no Paraná - sendo duas vinculadas ao sistema cooperativista - ainda há o projeto da Cooperativa Integrada, cuja indústria de citrus deverá ser inaugurada em 2012 em Uraí. Atualmente, o Paraná é quinto produtor da fruta no País, com pouco mais de 20 mil hectares plantados e produz cerca de 550 mil toneladas. No estado de São Paulo, principal produtor de laranja do mundo e o maior exportador de suco concentrado, o pomar dessa fruta ocupa 599 mil hectares, cuja produção soma 14 milhões de toneladas. Os dados são do Departamento de Economia Rural (Deral), órgão ligado à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab).

Potencial

Tecnicamente, ou naturalmente, o Paraná tem como aliados clima e solo. 'Principalmente o norte do Estado - de leste a oeste - e a faixa que desce o noroeste e segue até Foz do Iguaçu têm um clima ideal para a produção da fruta destinada à indústria', afirma Eduardo Fermino Carlos, pesquisador da área de melhoramento genético de citrus, do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).

E conta também com um arsenal de profissionalismo vindo diretamente do campo. 'Nosso produtor cuida devidamente da sua lavoura. Tem um olhar profissional e não amador para a atividade', acrescenta Paulo Andrade, engenheiro agrônomo do Deral. Esse cuidado, segundo ele, se deve especialmente ao fato de que o Paraná ficou proibido de produzir laranja na década de 1970 e início de 1980 por conta da incidência do cancro cítrico. Só depois, mediante a iniciativa de alguns empresários a cultura foi retomada no final de 1980.

'Por isso nosso produtor é mais atento e cuida do pomar desde o início, para não deixar que uma doença atrapalhe a atividade novamente. Já fomos penalizados pelo cancro na década de 1970', ressalta o engenheiro. No Paraná, acrescenta Andrade, há uma atuação técnica bastante forte no campo, os produtores têm assistência direta de agrônomos e por conta disso têm conseguido controlar algumas doenças.

'Há um respaldo técnico, principalmente no greening, e também no cancro cítrico, no qual o Iapar é referência em pesquisas', comenta o engenheiro, destacando que o Estado tem potencial para se destacar no segmento porque conta com terra favorável, produtor consciente e técnica disponível.

 
Erika Zanon
Reportagem Local


Clima e solo favorecem a produção 
 
O Estado tem potencial para produzir laranja, pois conta com clima e solo favoráveis. 'Têm semelhança com o de São Paulo em algumas regiões. Possui amplitude térmica favorável tanto para atender a indústria como para produzir frutas de mesa', diz Eduardo Fermino Carlos, do Iapar. O pesquisador compara que em estados como Sergipe e Goiás - os quais têm área de produção da fruta um pouco maior que o Paraná - o cultivo está mais voltado para o mercado regional. Essas regiões são mais quentes, o que faz com que a acidez da fruta caia mais rapidamente, dificultando a produção de sucos processados.

Além de questões naturais, o Paraná tem a vantagem de contar, na maior parte, com um sistema de produção verticalizado nas cooperativas e em outras companhias. 'O produtor é dono da indústria', observa. Ou seja, quer que o negócio caminhe para frente como um todo. 'Em São Paulo existe guerra entre produtor e indústria. Eles não se dão conta de que fazem parte da mesma equipe e precisam atuar juntos'.

Como nem tudo são flores, além de vencer doenças e dificuldades atuais de preços baixos, produtores de laranja do Estado precisarão encarar também a falta de infraestrutura, como estradas ruins e portos deficientes para a atividade. Alguns desafios gerais também precisam ser avaliados, entre eles o preço de varejo do suco no mercado internacional. Em alguns países, conforme Carlos, quando o preço do suco da laranja sobe muito, o consumidor lá fora acaba optando por outras ofertas, como suco de maçã, afetando a cadeia produtiva da laranja. 'De qualquer forma existe um mercado estabelecido para o suco de laranja, pois é um produto com sinônimo de saúde e que o mundo reconhece como produto de qualidade', frisa.

Pesquisas

Quanto ao programa de melhoramento genético da laranja, Carlos lembra que o Iapar foi o pioneiro na produção de plantas transgênicas de citros no Brasil, no final da década de 1990, por conta do trabalho do pesquisador Luiz Vieira e equipe. O trabalho ganhou notoriedade internacional por conseguir reproduzir plantas fisiologicamente maduras.

O Iapar também importou e disponibilizou outras variedades, como a iapar 73, a partir de materiais de São Paulo, e a navelina, shamouti e outras, da região do Mediterrâneo, sob a responsabilidade dos pesquisadores Rui Leite e Zuleide Hissano. No momento, pesquisadores do Laboratório de Biotecnologia do instituto têm trabalhado no desenvolvimento de novas cultivares convencionais e geneticamente modificadas mais resistentes, principalmente a doenças e à seca.

Ainda sobre a importância da produção da fruta no Estado, o pesquisador destaca que Londrina foi a cidade escolhida para sediar o 13º Congresso Internacional de Citricultura, que acontecerá em 2016. O evento ocorre a cada quatro anos. Em 2008 foi realizado na China e em 2012 será na Espanha. (E.Z.)

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