O presidente Lula decidiu atacar de frente um problema que interessa toda a sociedade. O presidente fez um apelo ao Congresso para aprovar projeto de lei do governo que inclui "castigo corporal" e "tratamento cruel e degradante" como violações dos direitos na infância e adolescência.
Hoje o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) define "maus-tratos", mas não especifica os castigos que não podem ser aplicados por pais, mães e responsáveis de crianças e adolescentes. Lula sabe que o projeto será criticado pelos setores conservadores da sociedade, mas que o governo está preparado para esse debate.
"Beliscão é uma coisa que dói pra cacete", disse, acrescentando que se considera uma pessoa "abençoada" por nunca ter apanhado dos pais. "Meu pai era um homem bruto, quem viu o filme ["Lula, o Filho do Brasil"] sabe, mas nunca apanhei dele e nunca bati nos meus filhos", afirmou.
Lula disse que falta conversa entre pais e filhos, principalmente para discutir assuntos relacionados ao sexo. Afirmou que os pais não têm tempo para os filhos, mas conseguem encontrar tempo para "tomar cerveja".
O presidente afirmou também que, se "punição e chicotada resolvesse o problema, a gente não tinha corrupção no país." Lula aproveitou o evento de comemoração dos 20 anos do ECA para rebater críticas ao 3º. Plano Nacional de Direitos Humanos, lançado em dezembro passado.