O Vaticano apresentou nesta quinta-feira (15) o novo manual de procedimentos e normas para casos de abuso sexual cometido por sacerdotes, uma resposta ao amplo escândalo de pedofilia que afetou a Igreja Católica este ano. As novas regras são mais severas, permitindo que casos cometidos há 20 anos possam ser julgados.
O manual inclui ainda os abusos sexuais contra adultos com deficiência mental como crime tão grave quanto a pedofilia. A nova normativa para os processos canônicos amplia também a extensão do delito de pedofilia e pune a aquisição, posse e divulgação "por parte de um membro do clero, em qualquer modo e com qualquer meio", de imagens pornográficas.
O documento, contudo, não menciona a necessidade dos bispos de reportar denúncias de abuso à polícia. Este item era tido como crucial pelos grupos de vítimas de abuso, já que a maior parte das denúncias que vieram à tona nos últimos meses diz respeito a bispos que ignoraram relatos de abuso sexual e apenas transferiram os padres acusados.
O texto não inclui também a política de expulsão imediata dos padres acusados deste tipo de crime, como requisitado por alguns grupos de vítimas. Mas, lista como crime grave a ordenação de mulheres, podendo até mesmo ser expulso o padre que conter o ato.