Notícia de penúltima hora: o senador Osmar Dias é candidato ao governo do Paraná. A notícia de última hora – que só poderia ser dada por ele mesmo – ainda não havia chegado ao Paraná até o fechamento desta coluna. As penúltimas tiveram por mensageiros alguns dos participantes das sofridas e sucessivas reuniões que se realizaram desde anteontem em Brasília para definir o quadro sucessório paranaense.
Os mensageiros informaram que, por volta das 19h30, Osmar Dias, enfim, disse o “sim” para a roda de angustiados chefes partidários que esperavam por sua resposta. A voz do senador não ultrapassou os limites desse círculo – isto é, não falou para a imprensa e, consequentemente, para o distinto público externo, igualmente cansados do vaivém a que Osmar magistralmente se dedicou nos últimos meses.
Para chegar à penúltima notícia, sucederam-se impressionantes lances de bastidores. Nos últimos minutos do terceiro encontro entre os presidentes do três partidos da base governista (PT, PMDB e PDT) com o governador Orlando Pessuti, decidiu-se que a técnica ideal seria a do “vai ou racha”. O presidente do PDT, ministro Carlos Lupi, foi encarregado de transmitir a Osmar – que naquele momento estava no Senado – que sua resposta seria esperada apenas durante o tempo necessário para que o avião que traria o governador Pessuti pousasse em Curitiba.
Se nestas duas horas, contadas a partir da decolagem do jatinho oficial, não houvesse decisão, Pessuti anunciaria hoje, no Palácio, ser candidato ao governo em coligação com o PT. Além de manter Gleisi Hoffmann como postulante ao Senado, o PT indicaria também um nome para vice, provavelmente a ex-secretária Lygia Pupatto. A outra vaga de senador ficaria com Requião.
Ou seja: proibido pelo PDT nacional de fazer qualquer tipo de aliança com o PSDB de Beto Richa e sem participar da chapa PMDB-PT, restaria a Osmar Dias uma só alternativa – a de concorrer solteiro à reeleição para o Senado contra, de um lado, Gleisi e Requião, e, de outro, contra Ricardo Barros e possivelmente Gustavo Fruet.
Em resumo: Osmar ficaria fora da possibilidade de ser governador e arriscaria ser derrotado para o Senado. Diante disso, ele teria capitulado nas demais exigências e aceitado ser candidato do grupo. Quando Pessuti pisou novamente em solo paranaense, já havia recados positivos de Osmar.
E assim termina a penúltima notícia. A última? Bem, pode ser até ao contrário da penúltima...