O Brasil que queremos
Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Ciências Políticas da Universidade de Brasília (UNB), no Distrito Federal, mostrou que 86% da população residente na capital da República e das cidades satélites não confiam “no Congresso” e 77% “não acredita nos partidos políticos”.
Muito provavelmente estes indicadores não seriam diferentes em outras regiões do País, uma vez que a sociedade mantém um distanciamento cada vez maior da classe política.
Outra consulta feita pelo Instituto Datafolha apontou que 44% dos eleitores com idade entre 18 e 70 anos não votariam caso “não fossem obrigados a fazê-los”.
O que fica explícito, evidente, é que a sociedade está cansada de frases feitas e atitudes midiáticas. Ela exige apenas respeito da classe política e o direito de poder acompanhar e cobrar o desempenho dos seus representantes.
Não importa se o candidato em quem votou foi eleito, afinal, em qualquer esfera de poder, seja no Legislativo, no Executivo e até mesmo no Judiciário, é função de seus integrantes trabalhar indiscriminadamente na defesa dos interesses da sociedade.
Durante o período que exerci o cargo de prefeito de Cruzeiro do Oeste, entre 2005 e 2010, implementei uma postura democrática e aberta; adotei um modelo de gestão participativa que fugia à rotina de governar dos gabinetes para sair às ruas e poder ouvir, aprender e conhecer as necessidades da população.
Ao assumir a função tinha absoluta convicção da responsabilidade, das expectativas e dos limites impostos pela própria situação. A única certeza era que não podia mentir ou enganar não apenas os mais de 72% de eleitores que me elegeram, mas a uma sociedade ansiosa por mudanças.
A equipe de servidores e profissionais das mais diversas áreas que me assessorava estava plenamente engajada a um projeto político que procurava, num primeiro momento, resgatar a autoestima e semear a esperança.
Pois foi justamente aí que caminhei, de forma deliberada, na contramão do senso comum que ainda impera na maioria dos nossos políticos: o de se lembrar do eleitor apenas as vésperas do pleito seguinte.
Adotei a política do olho no olho, do diálogo e principalmente o fim do empreguismo e do inchaço da máquina pública. A experiência do orçamento participativo foi rica não só em conhecimento, mas principalmente pelos resultados alcançados.
Pela primeira vez, em Cruzeiro do Oeste, a sociedade manifestava sua opinião, questionava e exigia os seus direitos. Foram realizadas durante a minha gestão mais de 300 assembléias, o que representa uma média de duas a três reuniões por semana.
Foram implantados os conselhos municipais, a Ouvidoria Pública e um fórum constituído por 60 entidades para discutir e acompanhar o mandato dos parlamentares. A proposta de governo que implementamos estava muito além de construir obras físicas para inaugurar com festas e discursos.
O projeto que queríamos e vimos nascer estava voltado à conscientização, participação e cidadania.
A reeleição em 2008 demonstrou que o caminho iniciado quatro anos antes estava correto. Depois, ser escolhido em 2010 pelo Sebrae do Paraná para receber o Prêmio Prefeito Empreendedor foi o reconhecimento de uma instituição técnica de que as medidas administrativas adotadas resultaram em emprego, renda e desenvolvimento social.
Agora, minha caminhada é por uma cadeira na Câmara dos Deputados. As experiências vividas à frente do Executivo de Cruzeiro do Oeste me dão a certeza de que, com disposição e vontade política, é possível transformar a realidade das cidades brasileiras.
Mas nada acontece por acaso. Meu compromisso com o Paraná é pelo desenvolvimento econômico e social sustentável. Estou convencido também que, por maior que sejam os esforços dos vereadores, prefeitos, deputados estaduais e até mesmo do governador do Estado, os resultados estarão sempre aquém do esperado caso não haja, em Brasília, uma articulação política voltada aos interesses de todos os paranaenses.
A história não espera, e o Brasil vive um momento excepcional. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nestes quase oito anos, deu solidez à economia; implementou uma política de inclusão social que retirou mais de 23 milhões de brasileiros da linha de pobreza e os transformou em consumidores potenciais.
O país tem uma nova cara: a cara da esperança. As estatísticas estão aí para demonstrar, e só não vê quem não quer. O grande desafio é dar continuidade ao alicerce construído pelo presidente Lula.
O Brasil moderno exige que aprimoremos cada dia mais as áreas de educação, saúde, energia, infraestrutura, segurança; as políticas de combate às drogas, a geração de emprego, o incentivo ao esporte, a cultura e ao lazer, enfim, que caminhemos em busca da Nação que sonhamos e queremos.
Eu participo desse sonho e quero participar ainda mais dessas conquistas.