Boa matéria da Daniela Valiente na Gazeta do Iguaçu. Com 45 veículos elétricos já produzidos entre carros e caminhões, um novo desafio já está sendo encarado pela Itaipu Binacional e parceiros; a produção de um mini-ônibus. A novidade deve ser lançada em dois meses, mas o protótipo já está montado e em fase de testes dentro da usina. Outro desafio está em produzir no Brasil, as baterias utilizadas nos veículos, hoje importadas da Suíça.
Desde a criação do projeto em 2007, os veículos vem sofrendo constantes melhorias em seus sistemas. O mais recente deles trata da criação de um sistema inteligente de ar condicionado nos veículos. "Como o carro liga e desliga como uma lâmpada, precisávamos desenvolver um sistema diferenciado de ar condicionado, e foi o que fizemos", confirma o engenheiro Celso Ribeiro Barbosa de Novais, coordenador brasileiro do projeto Veículo Elétrico.
Com autonomia de 100 km, 29 dos carros elétricos produzidos em Itaipu, circulam pela usina, e outros exemplares estão espalhados pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo (também em empresas do setor elétrico). Sem emissão de gás carbônico, sem ruídos, o carro vem sendo aperfeiçoado para também ganhar as ruas das grandes cidades. "O carro já está homologado para circular em via pública, mas o veículo elétrico ainda é muito caro, pois os componentes são importados".
O modelo utilizado hoje com maior frequência é o Fiat Pálio Weekend, que acomodou perfeitamente o sistema e a bateria. A fábrica brasileira fornece apenas a estrutura metálica, o restante é importado. "Com isso tudo, o preço do carro pode chegar ao dobro de um convencional. A diferença é no consumo de energia", esclarece.
A bateria representa 50% dos gastos aplicados no veículo. Sozinha, chega a custar R$30mil. "Temos como alvo produzir cada componente do carro no Brasil", revela Novais. Para tanto um financiamento junto ao Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) já foi realizado para iniciar o projeto este ano. Na avaliação do engenheiro, em dois anos será possível obter esta autonomia para a fabricação da bateria e demais componentes, diminuindo substancialmente o preço final do carro elétrico.
Novais reconhece, que algumas melhorias precisam ser feitas do carro, como maior autonomia e facilidades para o abastecimento, "mas sem dúvida o carro já está preparado para o uso urbano".
Produção
A produção ainda é considerada artesanal. "Produzimos uma média de 4 carros por mês, o mesmo carro é produzido pela Fiat, 2 mil unidades por dia". Os carros produzidos necessitam de programação para acerto de parâmetros eleitos pelo condutor, já nos caminhões essa tecnologia ganhou maior autonomia, assim como mini-ônibus.
Os carros possuem uma autonomia de 100 quilômetros e velocidade máxima de 130 quilômetros por hora e uma bateria com tempo de recarga de 8 horas. A meta do projeto é junto com a montagem desenvolver pesquisa para melhor o desempenho dos veículos. Os estudos serão desenvolvidos pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI), e demais parceiros como Eletrobrás, ANDE, Furnas, Copel, CPFL, Cemig e Ampla, além da empresa suíça KWO e da Fiat.
Num terceiro projeto, os técnicos também estudam a adaptação do sistema para carros menores, com menor capacidade de ocupantes. "Já temos uma idéia assim para desenvolver com mo no Uno", comentou o engenheiro.
Alternativa
Outro protótipo que está sendo estudado pela Itaipu é uma cobertura de veículos montada a partir de placas para captação de energia solar. "Com isso o dono do veículo não ia ter custo algum com o abastecimento". O sistema também está em fase de testes.
Com os projetos, a cidade poderá se tornar o maior pólo de produção de automóveis a base de energia renovável do Brasil.