Essa notícia, apesar de surpreendente, sempre foi apontada por empresários de Foz do Iguaçu, em especial, pelo meu amigo Fouad Fakih. Vejam só: 80% das armas apreendidas no país são de baixo calibre, como revólveres, pistolas e espingardas de caça e o número que entra pelas fronteiras é irrisório, conforme Antônio Rangel Bandeira, coordenador Mapa do Tráfico Ilícito de Armas no Brasil e do Ranking dos Estados no Controle de Armas.
Segundo Bandeira, foram identificados 140 pontos de entrada de armas no Brasil, por fronteiras secas. "Mas o número de armas que entra pelas fronteiras secas é irrisório se comparado com o número de armas fabricadas no país, compradas legalmente, que vão para a ilegalidade. As armas curtas respondem por mais de 80% das armas apreendidas. O número de armas militares como fuzis, submetralhadoras e metralhadoras é muito reduzido”, afirmou.
Pelos dados levantados no Sistema Nacional de Armas, até setembro deste ano, circulavam no Brasil cerca de 16 milhões de armas de fogo. Desse total, 14 milhões (87%) estão com a sociedade civil. Sob a responsabilidade do Estado, figuram 2 milhões de armamentos, ou seja, 13% do total apurado.
Nas mãos dos brasileiros, de acordo com o levantamento, estão 7,6 milhões de armas ilegais - pouco menos das 8,4 milhões legalizadas. O coordenador do projeto destacou que, para melhorar esse controle, é necessário que o Estado implemente políticas mais rigorosas de fiscalização do armamento fabricado no Brasil e, também, entre os comerciantes desses produtos.
Das 288 mil armas apreendidas nos últimos dez anos, constatou-se que 30% foram adquiridas legalmente. “Sem controle do mercado legal, o canal está aberto para que as armas mergulhem na clandestinidade e no crime”, destaca o estudo.
As armas de fabricação estrangeiras apreendidas não chegam a 20% do total. Segundo Bandeira, de cada dez armas ilegais tomadas pela polícia, oito são fabricadas por indústrias nacionais.