A expectativa do empresariado industrial paranaense para 2011 continua alta. Segundo sondagem feita pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) com 492 empresas de todas as regiões do Estado, entre outubro e novembro, 86,42% estão favoráveis em relação ao próximo ano, 9,4% estão desfavoráveis e 4,18% ainda estão indefinidos. Desde que o estudo é realizado, há 15 anos, a boa expectativa dos empresários locais só foi maior em relação aos anos de 2008 (87,87%), 2010 (87,78%) e 2004 (87,46%).
Entre os otimistas, 38,76% acreditam que haverá novos investimentos em 2011, 37,76% preveem aumento nas vendas e 23,48% estimam elevação no número de empregos. Os investimentos a serem realizados pelas empresas paranaenses se destinam a várias áreas, ficando em primeiro lugar a modernização tecnológica, seguido de produtividade e melhoria de processo. ''Se de um lado o alto valor do real dificulta a exportação, de outro ajuda as empresas a incorporarem novas tecnologias do exterior para a própria modernização'', opina o coordenador do departamento econômico da Fiep, Maurílio Leopoldo Schmitt.
Quase 84% das empresas sondadas irão utilizar recursos próprios para novos investimentos em 2011. Linhas de crédito governamental (55,51%) e privado nacional (15,89%) também apareceram na pesquisa, seguidas de recursos internacionais (4,24%), joint-ventures (2,12%) e emissão de ações (0,85%). Os aumentos de produtividade registrados nas empresas se devem ao melhor gerenciamento de pessoal (58,69%), modernização tecnológica (54,87%), melhor tratamento e administração das informações (31,99%) utilização de técnicas gerenciais modernas (19,07%) e terceirização (5,72%). A sondagem permitia que os empresários marcassem mais de uma resposta.
A carga tributária elevada foi a principal dificuldade levantada pelos empresários sobre a concorrência no mercado interno (76,91%), seguido de altos encargos sociais (63,14%), custo financeiro (35,81%), mão de obra não qualificada (32,84%), custo elevado de fabricação (24,15%) e distribuição (23,73%), entre outros.
''Em 2011 passaremos por um período de sacrifício A economia vai continuar a crescer, mas o número deste crescimento será menor, se comparado com 2010'', diz Schmitt. Os limites de crédito já anunciados pelo Banco Central (BC) devem diminuir um pouco o ritmo da atual economia, para evitar o desmoronamento que poderia ocorrer a médio e longo prazo, a exemplo do que aconteceu na crise internacional nos Estados Unidos, em 2008, quando o crédito imobiliário foi distribuído de forma indiscriminada.
A previsão é que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, que deve fechar este ano com crescimento de 7 ou 8%, em 2011 vai crescer apenas 4,5% .''O Paraná é forte na agroindústria (bem de consumo) e não tanto na produção de bens duráveis (área que será afetada pelo limite no crédito feito pelo BC) Portanto, a redução na economia não deve ser tão significativa por aqui'', diz o economista.
Diogo Cavazotti
Equipe da Folha