A candidatura Serra, segundo Rodrigo Maia
O prefeito paulistano Gilberto Kassab (DEM-PSDB) mantém a ameaça de abandonar o DEM; o presidente nacional do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ) encurtou a duração de seu mandato de dezembro/2011 para março próximo; continua a saturação com o predomínio dos Maias do Rio na legenda (Rodrigo e o ex-prefeito carioca César Maia); e o ex-senador Jorge Bornhausen (DEM-SC), dos bastidores continua dando as cartas no comando partidário.
Persiste, assim, o clima de imbróglio no DEM. Mas, nada de novo. Trata-se de uma crise anunciada e de uma saída previsível (afastamento de Rodrigo), assim como no PSDB a situação não é difeente.
Depois de um revés eleitoral como o que os parceiros PSDB-DEM sofreram aqui em outubro pp., em todo mundo os lideres de partidos derrotados renunciam ou convocam eleições imediatamente. Assim, com a decisão de Rodrigo, de antecipar de dezembro para março próximo a convenção nacional que o substituirá, o DEM apenas caiu na real.
Kassab ainda finge que não decidiu abandonar o DEM
Até porque ameaçado de uma debandada comandada por Kassab e estimulada por Jorge Bornhausen não tinha outra saída. Os Maias do Rio, por mais que façam de contas que não é com eles, levaram o partido a derrocada. Outro Maia, senador José Agripino, do Rio Grande do Norte, é cotado para substituir Rodrigo.
A responsabilidade da aliança com o candidato derrotado a presidente, José Serra (PSDB-DEM-PPS), coligação agora desdenhada e desprezada, é toda da família Maia carioca. Inclusive a imposição do deputado Índio da Costa (DEM-RJ) como vice na chapa de José Serra.
Mas, essa fica na história da política brasileira como um misto de trapalhada política e incompetência do próprio candidato deles ao Planalto, cuja imagem foi bem retratada nas criticas à sua campanha tornadas públicas pelo engenheiro de obras feitas Rodrigo Maia.
Rodrigo Maia sobre José Serra: "candidatura desastrosa"
Para o deputado Rodrigo, o candidato derrotado do PSDB ao Planalto agiu de forma "solitária e individual", ouvindo apenas o seu "marqueteiro" durante a disputa.
"Temos que reconhecer - proclama Rodrigo Maia - que (José Serra) foi uma candidatura desastrosa, que não agregou nada à oposição no 1º turno. (...) O PSDB, no possível, foi correto conosco. Tudo o que esteve ao alcance do senador Sérgio Guerra [presidente nacional do PSDB] foi feito. Não posso dizer a mesma coisa do candidato José Serra."
Se o deputado Rodrigo Maia faz a constatação, confessa publicamente pensar assim, não sou eu que tem nada a opor