O julgamento do primeiro réu do caso Celso Daniel, Marcos Roberto Bispo dos Santos, condenado por sequestro e assassinato, ocorreu na semana passada e entramos ontem na segunda semana em que o assunto, sem novidades, sem fatos novos, continua a ser explorado pela mídia.
Foi o que fizeram nesse domingo O Globo e o Estadão em matérias - este último também em editorial. Lê-se as reportagens e o editorial e percebe-se claramente que são apenas pretextos para os jornais retomarem sua campanha insidiosa e odiosa contra o PT.
Não há nada nos autos do processo que autorize o promotor a fazer as deduções - ou alucinações - que fez ao ligar o partido ao assassinato covarde e bárbaro de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André (SP), em janeiro de 2002.
Inquéritos e investigações concluíram ser crime comum
Sem contar que o caso já foi objeto de dois inquéritos e duas investigações - os dois últimos a pedido da familia - conduzidos pela polícia do governo do PSDB de São Paulo, todos concluindo que o ex-prefeito foi vítima de crime comum.
Fora o fato de que Francisco Daniel, irmão do ex-prefeito e que fez as acusações vinculando o crime ao PT foi processado por mim, retratou-se em juízo e retirou a acusação. Vinculação, de resto, explicada por seu outro irmão, Bruno Daniel, quando implorou-me que não processasse Francisco porque o irmão por razões políticas e necessidades financeiras tinha sido induzido a montar a farsa para atingir o PT.
Repito, no caso Celso Daniel, somos vítimas - nós e o PT - e não réus. Com o prosseguimento dessa exploração e da distorção do caso ligando seu seqüestro e assassinato a denúncias de corrupção na prefeitura e ao PT, mais uma vez querem assassinar Celso e sua memória de novo.
Estadão sustenta editorial em cima de fato desmentido
O Estadão chega ao absurdo de fazer um editorial todo em cima da denúncia do irmão do Celso, mais uma vez escondendo de seus leitores que ele se retratou em juízo, retirou a acusação, nos inocentou de toda e qualquer ligação com recursos ilícitos e envio deles ao PT. Esta na decisão judicial e o jornal a tem. Nâo a considerou no editorial de propósito, porque não quis.
Sobre esta exploração eu gostaria de pedir a vocês de novo que leiam aqui no blog o texto que publiquei na semana passada sob o título "Caso Celso Daniel: deem um fim à ignomínia e à infâmia".