Como a oposição nunca assume o que fez e posa de boa moça nessa história da CPMF, vamos aos fatos: no 2º semestre de 2007, pelo acordo que o presidente Lula propôs por carta e foi aceito num primeiro momento pelo PSDB todo recurso da CPMF iria para a Saúde.
O dinheiro seria redistribuído em novas bases para os Estados e municípios e, mais do que isso, o presidente da República concordava em diminuir a alíquota da contribuição paulatinamente até ficar um percentual simbólico para fiscalizar e combater a sonegação e a lavagem de dinheiro.
Ao mesmo tempo, buscaria novas fontes de receita para a Saúde no próprio Orçamento da União. Repito, esse acordo foi aceito pelo PSDB. Tudo indica que alguém na cúpula tucana, talvez um dos líderes do partido à época, o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), o torpedeou e pôs por terra.
FIESP e DEM, os líderes da campanha contra
É preciso lembrar, também, que a grande pressão contra a CPMF - que era cobrada de uma minoria, mais de 95% da população estavam isentos de pagá-la - veio de São Paulo, da FIESP e do DEM. A bem da verdade, foi o DEM que organizou a extinção e depois foi bem recompensado por setores do empresariado.
O fato concreto, a verdade, então, é que não queriam a continuidade da CPMF porque ela é um instrumento de fiscalização. A luta contra o imposto e a carga tributária era só pretexto. Agora, comprova-se, de forma indiscutível, que a Saúde precisa desses recursos.
O que fica claramente demonstrado até pela gritaria dos governadores a favor de uma nova contribuição e do Ministério da Saúde, que precisa de recursos para uma total reorganização que enfrente a questão da gestão do Sistema Único de Saúde (SUS).