O ensino profissionalizante vive uma fase próspera no Paraná. Para 2011, o Sistema Fecomércio/Sesc-Senac prevê investimentos de aproximadamente R$ 25 milhões na construção e equipamento de seis novos Centros de Educação Profissional (CEPs). Com as novas obras, o Estado passará a contar com 17 CEPs, além dos 20 Núcleos de Educação Profissional do Senac já existentes. No total, cerca de 100 mil pessoas devem ser atendidas em todos os cursos.
Segundo o diretor regional do Senac Paraná, Vitor Monastier, essas escolas modernas têm arquitetura projetada especificamente para a capacitação profissional, o que confere maior efetividade no aprendizado do alunos. ''Além da qualidade do ensino dar um salto, com a qualificação aprimorada dos cursos, os projetos arquitetônicos oferecem mais conforto para o aluno estudar e o professor trabalhar'', afirma.
Nesses moldes, foi inaugurado ontem o CEP de Apucarana e, segundo Monastier, está em obras a unidade de Toledo e deve começar a ser construída ainda este ano a de Umuarama. Já os CEPs de Jacarezinho, Ivaiporã, Francisco Beltrão e Pato Branco estão em fase de desenvolvimento de projeto.
As escolas irão atender às demandas em educação profissional específicas da região onde estão instaladas. O objetivo do Sistema Fecomércio é cobrir 100% do Estado, destaca o conselheiro do Senac-PR, Sergio Bonocielli. ''Como não dá para contemplar os 399 municípios com obras, a ideia é que de alguma forma as regiões onde estão as escolas sejam atendidas. Uma alternativa são as carretas que levam cursos até cidades pequenas'', observa Bonocielli, que visitou a redação da FOLHA nesta semana na companhia de Alzir Bocchi, também conselheiro do Senac-PR, e do diretor do Senac-Londrina, Sidnei Lopes de Oliveira.
Eles afirmam que o Paraná está passando por uma verdadeira revolução na área do ensino profissionalizante, que irá ajudar a resolver o problema da falta da mão de obra qualificada no Estado. Além das novas obras, eles citam os já inaugurados CEPs de Campo Mourão e Foz do Iguaçu. ''A unidade de Foz do Iguaçu, por exemplo, é dotada de alta tecnologia em gastronomia e turismo. O de Apucarana possui uma cozinha de Primeiro Mundo'', destaca Alzir Bocchi.
O valor investido em cada um desses centros modernos, incluindo obra e mobiliário, é estimado entre R$ 6 milhões e R$ 7 milhões. O prazo médio para a construção é de um ano. Os recursos são do próprio Senac, oriundos das contribuições de empresas. A capacidade de atendimento varia de acordo com cada unidade.
Ensino gratuito
No geral, os cursos oferecidos pelo Senac englobam comércio, comunicação, conservação e zeladoria, design, gestão, imagem pessoal, idiomas, informática, tecnologia educacional, meio ambiente, saúde, turismo e hospitalidade, entre outros. Também há cursos à distância e atendimento corporativo personalizado para empresas.
No ano passado, por meio de um convênio com o governo federal, foi implantado o Programa Senac de Gratuidade (PSG), que oferece cursos gratuitos voltados para a qualificação e inclusão social de pessoas de baixa renda. Hoje, segundo o diretor do Senac-Londrina, Sidnei Lopes de Oliveira, 25% dos recursos provenientes de contribuições de empresas ao Senac no Estado - em torno de R$ 15 milhões anuais - são investidos na implantação dos cursos gratuitos. ''Para 2014, a meta é destinar 66% dos recursos na capacitação gratuita'', adianta Oliveira. Podem se inscrever nesses cursos pessoas com idade entre 14 e 24 anos que comprovem renda de até um salário mínimo e meio per capita.
Gisele Mendonça
Reportagem Local