O saneamento básico no Brasil poderia atingir 100% da população em dez anos ao invés de seis décadas e meia que levará para ser globalizado no país no atual ritmo de crescimento. Esta é a avaliação da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), para quem apenas a mudança na gestão dos recursos destinados à área já seria suficiente para que todos os brasileiros pudessem ser beneficiados por serviços como tratamento de esgoto e água.
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 59,1% dos domicílios brasileiros tinham acesso a uma rede de esgoto ou fossa séptica ligada à rede coletora no ano passado. Já o abastecimento de água atingia 84,4% das casas, enquanto a coleta de lixo era realidade para 87,9% das residências.
A presidente da Abes, Cassilda Teixeira Carvalho, afirmou que o crescimento médio da cobertura desse tipo de serviço é de 1,5% ao ano, muito aquém do necessário para universalizar o saneamento básico no País em curto prazo. E ela ressalta que não falta recursos para investimento.
"O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) 1 previu R$ 40 bilhões para saneamento básico, mas só 20% foram investidos. O resto ainda está no caminho por causa de burocracia como contratos e licitações. No atual ritmo, o Brasil levará 65 anos para que todos tenham acesso ao saneamento básico. Com a gestão correta dos recursos, isso pode acontecer até 2020, com transparência. Transparência não quer dizer falta de agilidade."