As negociações para o salário mínimo que entra em vigor no ano que vem envolvem valores que variam de R$ 560 a R$ 580. Mas, segundo levantamento do Dieese, o salário mínimo do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 2.132,09 já no mês passado, para que ele pudesse suprir suas necessidades básicas e da família. A constatação foi feita por meio da Pesquisa Nacional da Cesta Básica.
Com base no maior valor apurado para a cesta em outubro (de R$ 253,79, em São Paulo), e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ser 4,18 vezes superior ao piso em vigor no período, de R$ 510.
Os valores são maiores que os apurados para setembro, quando o mínimo necessário foi estimado em R$ 2.047,58 (4,01 vezes o piso em vigor). Em outubro de 2009, o Dieese calculou o valor necessário em R$ 2.085,89, ou 4,49 vezes o mínimo então em vigor, de R$ 465.
A instituição também informou que, para adquirir uma cesta básica, o trabalhador remunerado pelo salário mínimo necessitou cumprir, na média das 17 capitais pesquisadas, uma jornada de 94 horas e 11 minutos, maior que a de setembro, que era de 91 horas e 4 minutos. Em outubro de 2009, a jornada era cerca de três horas mais longa.