A expansão do setor têxtil é um dos destaques da produção paranaense no cenário nacional, seja pela empregabilidade ou pela produção. A grande procura por mão de obra qualificada é constantemente destacada pela imprensa brasileira.
Apesar do bom momento, algumas questões preocupam os empresários do setor. Entre elas, a concorrência desleal de produtos estrangeiros que chegam ao mercado brasileiro com baixíssimos impostos. O tema é uma das preocupações de Zeca Dirceu, candidato a deputado federal com o número 1310 na urna eletrônica.
“Precisamos de uma política tributária diferenciada e de incentivo fiscal para não deixar o nosso segmento têxtil em desigualdade com produtos oriundos de outros países”, ressalta Zeca Dirceu.
O candidato a deputado federal tem uma relação bastante próxima com o setor. Zeca é natural da região Nordeste onde estão localizadas as cidades de Cianorte e Umuarama, um dos principais polos têxteis do Paraná.
“Hoje o setor têxtil setor emprega mais de 100 mil pessoas só no Paraná. Além disso, é responsável em grande parte pelo crescimento econômico de duas regiões do nosso Estado, a Noroeste e a Norte”, destaca.
PANORAMA – De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), o Paraná ocupa o quarto lugar no ranking dos principais polos de produção têxtil. Segundo a Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), o segmento reúne mais de 5,5 mil indústrias em atividade, representando o segundo maior empregador industrial do Estado (aproximadamente 15% das vagas).
A principal concorrência do setor vem dos países asiáticos, como a China, onde a mão de obra é de baixíssimo custo para a produção. Além dos salários baixos, os empresários de lá quase não tem encargos sociais. Praticamente não existe impostos para a produção, o que acaba colocando os nossos produtos em desvantagem na hora da concorrência.
“A indústria de confecção brasileira é ameaçada, por um lado, pela produção em larga escala e baixos salários dos países asiáticos, e por outro, pela concorrência de países desenvolvidos, que investem em inovação, tecnologia e moda”, afirmou Caetano Ulharuzo, gerente de projetos responsável pelos estudos da área têxtil e de confecção da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), uma das instituições que apoiam o setor. Ele disse ainda que o Brasil precisa agregar valor à sua produção para que possa sobreviver à concorrência internacional.
“Precisamos de política de incentivo que visem à capacitação de mão-de-obra qualificada para suprir a grande demanda da área têxtil. Mas, não é só isso, leis fiscais de incentivo para aquisição de máquinas e liberação de linhas de crédito”, informa Zeca.
“Além disso, é necessário com a máxima urgência discutir a Reforma Tributária, voltando os olhos para o setor têxtil, que é penalizado com a concorrência tanto estrangeira quanto nacional, por conta da produção de outros estados que oferecem maior flexibilização fiscal para a indústria”, concluiu.
TÊXTIL – O processo de industrialização no Brasil teve início com a indústria têxtil. Aqui no Paraná, o segmento tem inovado, inclusive na adaptação de sistemas que permitem o reaproveitamento de resíduos da indústria têxtil.
Assim, os resíduos são reaproveitados na produção de novas peças e produtos como, por exemplo, na confecção de edredons, acolchoados e enchimentos de painéis de veículos. A produção têxtil no Estado se concentra mais nas regiões Noroeste e Norte.