Conversa de Lula e Xi Jinping vai agilizar retomada das exportações da carne de frango

O deputado Zeca Dirceu (PT) disse nesta terça-feira, 12, que a conversa do presidente Lula (PT) com o presidente da China, Xi Jinping, vai resultar na retomada das exportações brasileiras de carne de frango suspensa pelo governo chinês devido a um caso de gripe aviária registrado em uma granja comercial do Brasil.

"Esta pauta fez parte da conversa entre os dois presidentes e a venda da carne de frango será reabilitada de forma imediata", disse Zeca Dirceu que pediu na sexta-feira, 8, a mediação do presidente Lula junto aos governos chinês e da União Europeia pelo restabelecimento das exportações brasileiras. Em 2024, a China importou 562,2 mil toneladas de carne de frango do Brasil, representando o maior volume entre os países importadores do produto brasileiro.

No ofício a Lula, o deputado disse que a suspensão, embora compreensível, causa prejuízos expressivos à economia, estimados em mais de R$ 1 bilhão por mês, considerando a perda de mercados na China e na União Europeia. "O Paraná, um dos maiores e mais relevantes exportadores de carne de frango do Brasil, encontra-se particularmente afetado por essa suspensão, o que reforça a necessidade de ações concretas para a retomada das parcerias comerciais com esses dois importantes mercados", disse Zeca Dirceu.

Maior parceiro
O Paraná exporta um volume significativo de carne de frango à China, o principal destino das exportações do estado. Em 2024, o estado respondeu por 2,17 milhões de toneladas da produção nacional de carne de frango, com a China sendo o principal comprador. Especificamente, para a China, foram entregues 682,3 mil toneladas de carne de frango em um período, gerando um faturamento de US$ 1,6 bilhão, segundo dados do Governo do Paraná.

Lula e Xi Jinping reforçaram a disposição em continuar trabalhando pelos negócios entre os dois países. De acordo com a Xinhua, agência de notícias chinesa, Xi Jinping afirmou que o país asiático quer estabelecer um exemplo de “unidade e autossuficiência” entre os principais países do Sul Global e “construir conjuntamente um mundo mais justo e um planeta mais sustentável”. O líder chinês “conclamou todos os países a se unirem e se oporem resolutamente ao unilateralismo e ao protecionismo”.

A China é o maior parceiro comercial do Brasil e as duas nações possuem uma Parceria Estratégica Global, um nível mais elevado nas relações diplomáticas. “Nesse contexto, saudaram os avanços já alcançados no âmbito das sinergias entre os programas nacionais de desenvolvimento dos dois países e comprometeram-se a ampliar o escopo da cooperação para setores como saúde, petróleo e gás, economia digital e satélites”, diz nota da Presidência do Brasil, sobre a conversa entre os líderes.