A última plenária regional do Processo de Eleições Diretas (PED) do PT Paraná, realizada neste sábado (26) em Curitiba, encerrou a rodada de debates preparatórios para a escolha da nova direção estadual do partido. Candidato à presidência do PT-PR, o deputado federal Zeca Dirceu enfatizou seu compromisso com a unidade partidária e a escuta das bases, defendendo a necessidade de renovação na condução do partido para fortalecer o projeto nacional do presidente Lula em 2026.
Em sua fala, Zeca destacou que as disputas internas do PED não comprometem a coesão do partido. “Não existe entre nós [candidatos à presidência] nenhum tipo de desavença pessoal. Somos amigos, companheiros, petistas, de esquerda, socialistas”, afirmou, reforçando que a unidade é um valor inegociável no atual momento político.
Reconhecendo o trabalho de lideranças que hoje ocupam espaços de direção, Zeca fez questão de citar o deputado estadual Arilson Chiorato, atual presidente do PT-PR, além do deputado federal Tadeu Veneri e do Professor Hermes Leão. “O Tadeu me deu a oportunidade, junto dos demais da nossa bancada, de liderar a bancada na Câmara dos Deputados. O Hermes, muitas vezes, me convocou para a luta pela educação e pela APP-Sindicato. E o Arilson sempre me atendeu quando precisei. Tenho respeito e amizade por todos”, frisou.
No entanto, Zeca foi firme ao defender que a renovação é uma demanda real da militância e necessária para reoxigenar o partido. “Façam um teste: liguem para filiados e perguntem se estão contentes. Vocês vão se surpreender: 60% querem mudança, querem renovação. Isso não é demérito de ninguém, é uma necessidade”, argumentou, sinalizando que sua candidatura busca representar essa vontade das bases.
O deputado também fez uma análise crítica do desempenho recente do PT no Paraná e alertou para a responsabilidade que recai sobre a próxima direção partidária. “Se nós repetirmos, no ano que vem, o péssimo resultado de 2024, seremos responsáveis pela derrota nacional do presidente Lula. Não podemos seguir no contexto em que estamos”, alertou. Segundo ele, a baixa performance nas eleições municipais não pode mais ser atribuída a fatores externos como a Lava Jato ou a pandemia. “O resultado de 2022 prova que, mesmo diante dessas dificuldades, o PT teve excelente desempenho em nível nacional”, lembrou.
Inspirando-se nos ensinamentos de seu pai, o ex-ministro José Dirceu, Zeca reforçou a importância da escuta, da decisão coletiva e da responsabilidade na liderança partidária. “A gestão, a forma de liderar, tem consequência prática na ação política. A função do presidente é ouvir a todos, decidir de forma plural e agir”, disse.
Na sequência da plenária, Nilton Alves, do PT Curitiba, reforçou as críticas do parlamentar à atual direção estadual do partido. “As críticas do Zeca são verdadeiras, são críticas que a gente também faz na militância. Então é importante que a gente reflita. Por isso é necessário mudar essa atual direção. Ela não está à altura”, afirmou. “O PT da base. O PT de luta. É o que nós queremos resgatar”, disse, destacando a importância de resgatar o espírito de luta do partido.
Ele também criticou a falta de consulta à militância e as bases do partido durante os processos eleitorais. “Por que não teve uma consulta à militância? Porque houve uma imposição imperial e não houve reação de quem estava na direção para proteger a militância, para garantir vez e voz à militância. É por isso que nós temos que mudar o partido. O estatuto do partido tem que ser preservado”, finalizou.
Com a plenária regional em Curitiba, o PT-PR encerrou a rodada de debates do PED 2025. Para Zeca Dirceu, o momento é de fortalecer o diálogo com a militância e renovar a direção estadual para que o partido esteja à altura dos desafios de 2026. “Nossa missão é ouvir cada companheiro e companheira, construir juntos as decisões e fazer do PT-PR um instrumento ainda mais forte para defender o projeto do presidente Lula”, concluiu.