Genocida acaba agora com a merenda escolar e creches, diz Zeca Dirceu

O genocida não tem limite, escolheu a educação pública como inimiga e agora tenta acabar até com as creches e a merenda escolar, afirmou o deputado federal Zeca Dirceu (PT) neste domingo, 11. Em campanha pelo Paraná, Zeca Dirceu comentou o veto ao reajuste da merenda escolar e a redução da verba para a construção de creches pelo governo Bolsonaro (PL). "Há uma prática da terra arrasada e uma vingança contra o povo brasileiro que já escolheu o presidente Lula (PT) para governar o país nos próximos quatro anos", disse o deputado federal no lançamento de sua campanha na cidade de Guarapuava.

Bolsonaro vetou o reajuste de merenda escolar aprovado no Congresso. Atualmente, pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar, o governo federal repassa apenas um valor de R$ 0,36 para alimentação de cada estudante de ensino fundamental e R$ 0,53 para estudante de ensino médio. Esses valores seriam reajustados pela inflação.

"É uma atrocidade e crueldade tão grande porque penaliza principalmente os pequenos municípios e as crianças pobres que já enfrentam a fome porque não têm o que comer em casa. Em muitos casos, até os irmãos são levados para comer a merenda escolar. Enquanto isso, a importação de jet ski e iates tem imposto zerado", completa Zeca Dirceu.

Perversidade - O descalabro, segundo Zeca Dirceu, é maior ainda porque a incompetência do governo federal empurrou mais 33 milhões de brasileiros para a fome. Em dois anos, dobrou o número de domicílios com crianças menores de 10 anos que não têm o que comer. Neste ano, este índice subiu para 18,1% enquanto há dois anos (2020) era de 9,4%.

A perversidade do governo Bolsonaro com a educação infantil é revelada, diz o deputado federal, na reportagem deste domingo da Folha de São Paulo que aponta uma redução de 80% das verbas para a construção de creches (centros de educação infantil). "Sabem quantas creches foram entregues desde o início do governo Bolsonaro até agora? Apenas 12, é uma média de três creches por ano e ainda há 1,3 mil em obras paralisadas", disse Zeca Dirceu aos mais de 300 apoiadores que o acompanharam na cidade paranaense.

De R$ 495 milhões (valores atualizados) em 2018 para a construção de creches, o governo federal reduziu para R$ 93,9 milhões. "O jornal só conseguiu esses dados através da lei de acesso à informação. Isso porque não foram incluídos (os dados) em decretos de sigilos de 100 anos, como ele costuma fazer quando uma investigação ou alguma apuração no seu governo não lhe agrada". 

Crueldade - Segundo o jornal, o cenário negativo para a educação infantil se intensifica: os recursos previstos para a etapa caem 96% com relação ao projeto deste ano. Passa de R$ 151 milhões para apenas R$ 5 milhões, como ressalta análise do Movimento Todos Pela Educação.

A meta do Plano Nacional de Educação (PNE), diz ainda a reportagem, era ter metade das crianças de até 3 anos nas creches até 2024. Em 2020, o Instituto Rui Barbosa calculou que nem um terço das crianças dessa faixa etária estavam matriculadas. Para alcançar a meta do PNE, o país precisa matricular 2,2 milhões de crianças. 

Sob o governo Bolsonaro, as matrículas em creches públicas sofreram a primeira redução em 20 anos. Em 2020, havia 2,443 milhões de crianças em creches públicas, 0,6% menor do que em 2019.O número de matrículas teve leve queda também em 2021: foi para 2,399 milhões, segundo o Censo Escolar.
"Dessa forma, o governo Bolsonaro é o governo da fome e das obras paralisadas", concluiu o deputado.