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21/08/10 10:48

A classe C vai ao paraíso

Eles já são 90 milhões de pessoas, respondem por quase 50% da renda nacional e não querem parar de subir na escada social brasileira. A faxineira Raimunda da Silva Gonçalves, 46 anos, é o estereótipo de uma parcela da população brasileira que vem buscando melhorar de vida há mais de cinco décadas. Ela, como milhões de seus pares, migrou de uma pobre cidade nordestina no início dos anos 80 para buscar sorte melhor na riqueza do caos paulistano. Chegou sem ocupação definida, analfabeta e com pouca perspectiva de subir muitos degraus na conservadora pirâmide social brasileira. Em São Paulo, Raimunda casou-se com outro migrante, teve dois filhos e estacionou socialmente. De casa em casa, de faxina em faxina, permaneceu analfabeta, pobre e sem dinheiro para ter nada mais que o essencial. Nos últimos cinco anos, no entanto, a história de Raimunda começou a mudar. Seu poder de compra foi crescendo e, aos poucos, ela começou a ter acesso a luxos antes impensáveis. http://blogdofavre.ig.com.br/2010/08/a-classe-c-vai-ao-paraiso/

Eles já são 90 milhões de pessoas, respondem por quase 50% da renda nacional e não querem parar de subir na escada social brasileira

A faxineira Raimunda da Silva Gonçalves, 46 anos, é o estereótipo de uma parcela da população brasileira que vem buscando melhorar de vida há mais de cinco décadas. Ela, como milhões de seus pares, migrou de uma pobre cidade nordestina no início dos anos 80 para buscar sorte melhor na riqueza do caos paulistano. Chegou sem ocupação definida, analfabeta e com pouca perspectiva de subir muitos degraus na conservadora pirâmide social brasileira. Em São Paulo, Raimunda casou-se com outro migrante, teve dois filhos e estacionou socialmente. De casa em casa, de faxina em faxina, permaneceu analfabeta, pobre e sem dinheiro para ter nada mais que o essencial.

Nos últimos cinco anos, no entanto, a história de Raimunda começou a mudar. Seu poder de compra foi crescendo e, aos poucos, ela começou a ter acesso a luxos antes impensáveis. Abriu até uma poupança e, há dois anos, obteve sua maior conquista: conseguiu erguer uma pequena casa de alvenaria na cidade-dormitório de Itapecerica da Serra. Aos filhos Raimunda tem conseguido dar a chance de subirem ainda mais na vida. O mais velho deles, Rodrigo, 19 anos, está cursando administração de empresas em uma universidade particular. O mais novo, Vitor, 11 anos, matriculou-se recentemente em um curso de inglês. “Aprendemos com a vida que sem estudo nada se consegue”, diz ela. “Os meninos sabem disso, eles veem isso e estão aproveitando uma oportunidade que eu e o pai deles nunca tivemos.” Na esteira da formação dos filhos, até Raimunda resolveu estudar. Já deixou para trás o analfabetismo e, agora, sonha um dia conseguir chegar à universidade. No ano passado conquistou seu primeiro diploma: concluiu o primeiro grau, aos 46 anos de idade.

Raimunda conseguiu mudar seu padrão de vida não só pelos seus espetaculares esforços pessoais. Sem o alicerce econômico alcançado pelo País nos últimos 15 anos, talvez pouco adiantaria seu empenho. Como muita gente, ela pôde ganhar mais dinheiro porque o Brasil vive um momento excepcional. Em cinco anos, 32 milhões de pessoas, o equivalente à metade da França, ascenderam socialmente. O fenômeno mais impressionante ocorreu com a antiga classe média baixa, hoje chamada de classe C, que se multiplicou e passou a representar a metade da população do País. Cerca de 90 milhões de brasileiros agora possuem renda familiar mensal entre R$ 1.115 e R$ 4.807 e se tornaram uma força tão poderosa que já é apontada por alguns especialistas como a classe dominante, no sentido econômico. Com o R$ 1,3 mil que ganha fazendo faxinas nas casas de classe média alta de São Paulo, Raimunda passou a fazer parte dessa nova força econômica.

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