O filme Haruo Ohara, rodado em Londrina, na região norte do Paraná, saiu do 38º Festival de Gramado com cinco prêmios. Na premiação do último domingo, recebeu três kikitos - troféu do evento principal - melhor filme, melhor diretor e melhor fotografia de curta metragem.O filme ainda foi agraciado com o prêmio estudantil do festival e prêmio Canal Brasil (TV fechada), que vai exibir Haruo Ohara em sua programação durante três anos.
O diretor do filme, Rodrigo Grota - paulista de nascimento e londrinense de coração -, achava que existia alguma chance de ganhar o kikito somente na categoria de melhor fotografia, já que este foi um dos destaques do filme.O trabalho justamente retratou a estética da fotografia de Haruo Ohara (1909-1999), um imigrante japonês que registrou em imagens a Londrina da década de 1950.
Haruo Ohara faz parte de uma trilogia de filmes que mostram a cidade desta época, quando vivenciava uma efervescência cultural e pujança econômica. O imigrante japonês, além de se dedicar à agricultura, teve a fotografia como uma grande companheira. Para compor o trabalho -contemplado em um edital de produção do governo federal para curtas metragens -, Grota e sua equipe reuniram imagens e gravações sobre a vida de Ohara. Isto ajudou o diretor a entender o processo criativo do imigrante, que produziu cerca de 20 mil imagens da região.
Todo o filme é falado em japonês e no elenco integram somente descendentes de imigrantes do Japão que se estabeleceram em Londrina. Dezessete pessoas participaram da filmagens, que ainda contaram com a colaboração de duas filhas de Ohara. A ficção se misturou com várias fotos produzidas por ele e que foram cedidas pelo Instituto Moreira Salles.