A internet tornou-se uma ferramenta de impacto direto no desenvolvimento econômico por sua disseminação. Parte da população, no entanto, ainda não tem acesso a esse bem. Com o objetivo de disponibilizar internet de maior capacidade com preço especial à comunidade de baixa renda e desta maneira estimular o crescimento sócio-econômico, a Redetelesul, em parceria com a Companhia Paranaense de Energia (Copel) e o Governo do Estado, elaborou o Plano Estadual de Banda Larga (PEBL).
O PEBL foi desenvolvido aproveitando a metodologia e estudos do Plano Nacional de Banda Larga. A proposta foi sancionada nesta semana pelo governador Orlando Pessuti.
Em função da eficaz infraestrutura de fibras ópticas da Copel, no Estado foi possível antecipar a oferta pelos serviços de banda larga, criando o plano estadual, com um pequeno conjunto de ações. ''Como depende de uma estrutura de transmissão e a Telebras, responsável pelo PNBL, vai demorar meses, se não anos, para se equipar e poder fazer esse tipo de fornecimento, concluímos que poderíamos fazer o seu papel no Paraná, pois hoje já somos um concentrador de internet'', explica o superintendente da Copel, Carlos Eduardo Moscalewsky.
O fornecimento de acesso à internet no atacado terá custo de R$ 230 por mês o Megabit, possibilitando aos provedores ofertar às pessoas de baixa renda acesso em banda larga a partir de R$ 15 mensais.
Para comercializar a este valor, a Companhia reduziu a margem na venda do serviço e conseguiu que o governo deferisse o ICMS. No PEBL, a Copel cumpre o papel de fazer a transmissão e a entrega de internet a este preço para os provedores que se comprometerem a criar planos de internet popular dentro dos valores e das quantidades definidas pelo decreto e para as prefeituras que desejem implantar programas de cidades digitais e acesso à internet por meio de telecentros e escolas.
Estudos do Banco Mundial comprovam que cada 10% de penetração da internet na população implicam em 1,38% de incremento no PIB, além do desenvolvimento da cidadania pelo acesso à informação, cultura e lazer, bem como a melhoria direta na prestação e fruição dos serviços públicos.
O presidente da Redetelesul (Associação Nacional das Empresas de Soluções de Internet e Telecomunicações), Marcelo Siena, conta que a empresa vem militando nesta causa há mais de dois anos, mostrando ao governo que o Paraná tem excelentes condições técnicas para realizar uma revolução no acesso massificado à internet, antes mesmo do Plano Nacional de Banda Larga, do governo federal.
Ao Estado cabe, segundo ele, gerar arranjos produtivos que ampliem as ofertas de atacado a estes pequenos provedores e prefeituras, de forma a não dependerem única e exclusivamente das grandes teles que acabam balizando os preços de mercado. Neste aspecto, a Copel, empresa de controle estatal, é peça chave pois sua extensa rede de fibras ópticas de alta qualidade e capacidade pode gerar a concorrência necessária para que os preços no atacado caiam, refletindo, consequentemente, no varejo.
Atualmente, a rede óptica da Copel chega a 227 cidades do Paraná, atende 800 grandes clientes, oferecendo serviços de voz, dados e vídeo. A vocação da Companhia são as redes da nova geração, sistemas de alta capacidade, que funcionam com fibra óptica.