A combinação de aumento da renda, da confiança na manutenção do emprego e do crédito farto colocaram o mercado imobiliário brasileiro em um novo patamar de negócios nos últimos anos. Nunca houve tanto crédito para comprar imóvel como agora. Para 2010, a Caixa Econômica Federal, responsável por 80% do mercado, calcula que o volume de operações deve bater mais um recorde e alcançar a marca de R$ 4 bilhões no Paraná – quase o dobro dos R$ 2,1 bilhões financiados no ano passado.
Se confirmado, será um volume quase 200% maior do que o de 2007. Somente em Curitiba os recursos emprestados devem chegar a R$ 1,9 bilhão. Em todo o Brasil, a Caixa espera atingir a marca de R$ 60 bilhões, contra R$ 47 bilhões em 2009. No primeiro semestre, o volume de financiamentos no estado atingiu R$ 2,1 bilhões, alta de 96,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Parte desse desempenho foi impulsionado pelo programa de habitação popular Minha Casa, Minha Vida.
Embora a Caixa domine o mercado, os bancos privados ensaiam uma atuação mais agressiva em 2010. Estima-se que essas instituições colocarão um volume de crédito no mercado até 50% maior do que no passado. Somente Curitiba deve receber mais R$ 1 bilhão em 2010.
Segundo o vice-presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) no Paraná, Normando Baú, o déficit habitacional e a demanda que precisará ser atendida nos próximos anos, além da melhora do cenário econômico, ajudaram a colocar o mercado imobiliário na lista de prioridades.
Apesar da projeção de escassez de crédito da poupança a partir de 2012, representantes do setor acreditam que o mercado deve dar um salto nos próximos anos, elevando a participação sobre o Produto Interno Bruto (PIB) dos atuais 3% para 10% até 2015.
Ainda assim, o setor terá uma participação sobre o PIB bem inferior à proporção encontrada em países como Chile (11%), México (15%), Espanha (60%).